A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) comemora em seu site a travessia 2010-2011, com menção a ponte Brasil-África que se integra ainda mais com o lançamento da versão em português da coleção História Geral da África. A obra conta a pré-história do continente africano e sua história até a década de 1980. É um convite para redescobrir a riqueza das histórias cruzadas entre o Brasil e o continente africano.
Dividida em oito volumes, a coleção com quase dez mil páginas, possibilita compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente.
Para UNESCO esse é um dos projetos editoriais mais importantes da organização nos últimos trinta anos. De acordo com representante da UNESCO no Brasil, Vincent Defourny, ao se disseminar no país o conhecimento sobre a África, é possível promover uma importante mudança das relações étnico-raciais. “Existe uma preconcepção de que a história da África começa a partir da colonização e do tráfico negreiro. Mas as contribuições do continente para a humanidade são muito maiores e muito mais antigas do que o imaginado pelo senso comum. E isso precisa ser conhecido”, afirma.
O objetivo da tradução da obra é fazer com que professores e estudantes lancem um novo olhar sobre o continente africano e entendam sua contribuição para a formação da sociedade brasileira. Para Fernando Haddad, ministro da Educação, a coleção vem preencher uma lacuna na educação brasileira. “De fato, a história africana ainda não está inserida no currículo escolar, como estão as histórias da Europa e da América, não há dúvida que há um vácuo. Temos que ter consciência de como nosso povo se formou. A importância da África é crucial para nosso presente e para o futuro da nação brasileira”, afirma.
Na ocasião do lançamento acrescentou ainda que a coleção é um elemento novo no conjunto das políticas públicas iniciadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre essas iniciativas, Haddad citou a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab); a expansão da Universidade Aberta do Brasil (UAB) para a África. O conteúdo dará sustentação à produção de material didático para as escolas de educação básica e para a formação de professores foco da Unilab. “Esse material vai mudar a qualidade da educação e promover uma vivência mais fraterna”, disse.
A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. Retrata mais de 350 milhões de anos de história.
Além de acessar através do site o conteúdo da obra, interessados poderão a partir de janeiro encontrar a coleção nas bibliotecas públicas municipais, estaduais e distritais; bibliotecas das Instituições de Ensino Superior, dos Polos da Universidade Aberta do Brasil, dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, dos Conselhos Estaduais ou Distrital de Educação, informou o Ministério da Educação.
Os oito volumes estão disponíveis para download nos sites da UNESCO. Somente versão em português.
•Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb) ◦ISBN: 978-85-7652-123-5•Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-124-2
•Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-125-9
•Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-126-6
•Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-127-3
•Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-128-0
•Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-129-7
•Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
◦ISBN: 978-85-7652-130-3
Fonte: Assessoria de Comunicação- UNESCO no Brasil